O ego do homem é imenso. Nele não há nem um torrão para outro indivíduo. Ninguém cabe dentro de um homem , exceto ele.; embora o ego seja um latifúndio imenso e improdutivo ( um latifúndio onde o INCRA não penetra com suas leis que demarcam as lindes e apagam as marcas das lides), o homem quer aumentar esse latifúndio indefinidamente, tomar de assalto terras no ego alheio e juntá-las num Império Romano ou o império Mongol de Gengis-Khan ( O império Romano e mongol Gengis Khan, bem como qualquer império, são paradigmas da egolatria, da inflação do ego, rastreadas na história) .
O homem é o bicho mais territorial que existe. O ego humano age sob o impulso do mesmo motor Otto de "combustão interna" natural, que o sábio Oito copiou da natureza e construiu como artefato cultural e tecnológico fundamental na cultura Ocidental ( todos os automóveis, motocicletas, caminhões, são movidos a motor Otto, depois de Nikolaus August Otto, seu inventor, idealizou o ciclo de Otto e daí partiu da idéia `à prática na construção do motor à combustão interna, base e protótipo dos atuais motores a combustão interna) .
Os leucócitos, enquanto leucócitos, sem a transmutação que perpassa todos os entes graças ao movimento, à dinâmica, defendem o corpo de invasores, são navios de guerra no sangue, o ego, com sua esquadra, também defende a si de qualquer invasão de outro ego.
O ego, na Idade Média, se erigiu em castelos medievais, cavaleiros templários e catedrais góticas, caracterizando o tempo pelo ego que revestia o homem à época.
Nenhum ser humano dá qualquer espaço dentro do seu ego para outro ser humano próximo. Amar o próximo é muito difícil, senão impossível, na prática.
Amar o próximo é decepar o ego ou uma parte dele : é perder terra, território, poder sobre si e sobre outros, doar glebas de seu latifúndio ao INCRA.. Jesus exortou a amar o próximo porque isso é impossível : uma utopia, um devaneio, um ideal. Porém, Jesus, como poeta (profeta é poeta social e natural de outro tempo, outro Holderlin) sabia que idealizar é o primeiro passo, o passo hipotético para realizar ( O motor Otto de quatro tempos, o motor Otto de combustão interna, construído por Nikolaus August Otto, primeiro foi uma hipótese na mente do seu inventor e só depois de muitos estudos e cálculos e observações é que desceu da mente do autor à realidade : toda realização começa na idealização. A observação de Otto do ciclo da natureza e a adequação desse ciclo ao ciclo Otto, criou a idéia do motor Otto a combustão interna na mente de Otto que, depois, desceu às mãos e pelo dedos e ferramentas se fez real, realidade, algo realizado pelo homem : Otto, um indivíduo.
A natureza, como inteligência despojada, mãe imensa e espalhada pelos muitos latifúndios do ego é que ama a todos os seus filhos, mãe zelosa do lobo e do coiote, do uirapuru e do rouxino l, do sabiá na palmeira do poeta Gonçalves Dias, em seus cantos , os "Primeiros Cantos", livro de poemas do poeta Gonçalves Dias, poeta de Juca Pirama, dos índios : poesia do selvagem casada com a teoria do homem selvagem, o bom selvagem de Rosseau). Nós, seres humanos, queremos é aumentar nossos latifúndios no ego.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
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